Tokenização de ações: o novo capítulo da democratização dos investimentos?

Tokenização de ações: o novo capítulo da democratização dos investimentos?

5 min de leitura
Publicado em 01/08/2025

Como os assets digitais via blockchain estão mudando o panorama financeiro de investimentos no mundo. (AP NEWS por ALAN SUDERMAN)

O novo capítulo da democratização dos investimentos?

Em junho de 2025, a plataforma Robinhood lançou na Europa e EEA a negociação de ações tokenizadas de mais de 200 empresas e ETFs dos EUA, incluindo companhias privadas como OpenAI e SpaceX.

A iniciativa permite negociação 24/5, com isenção de comissões e pagamento de dividendos, mas sem direitos de governança ou propriedade direta.

Como funciona a tokenização de ações?
A tokenização converte ativos reais em tokens digitais via blockchain, permitindo exposição a empresas cotadas sem a posse formal das ações. No caso da Robinhood:

# A empresa afirma reter os ativos por meio de veículos de propósito específico (SPVs) e repassa aos investidores o valor e eventuais proventos.

# Os tokens simulam o valor da ação, mas não oferecem direitos de voto nem garantias legais diretas sobre os ativos subjacentes.

O apoio e os riscos.

Advogados da tokenização afirmam que ela pode:
Democratizar o acesso a ativos antes restritos a investidores bilionários
Aumentar a velocidade, eficiência e acessibilidade dos mercados tradicionais.

Porém, os críticos destacam os riscos:
Incerteza regulatória: mesmo sob administração mais favorável ao cripto nos EUA, a SEC deixou claro que tokenização não isenta de regras sobre valores mobiliários.
Confusão ou exposição indevida: OpenAI e SpaceX declaram não ter autorizado ou endossado os tokens, alertando investidores.
Ambiguidade jurídica: os tokens não garantem transparência nem proteção equivalentes às ações tradicionais, o que levanta paralelos com práticas enganosas do passado.

Questões regulatórias emergentes.
Autoridades europeias, como o Banco da Lituânia e ESMA, analisam a legalidade dos tokens (especialmente para empresas privadas).
Nos EUA, a própria comissária da SEC Hester Peirce alertou que "tokens são ainda valores mobiliários" e devem cumprir o regulamento completo.

Por que isso importa no contexto atual?
A iniciativa da Robinhood é emblemática de um movimento maior:
O volume de ativos tokenizados pode atingir US$ 2 trilhões até 2030, segundo projeções de consultorias como McKinsey.
Outras grandes empresas, como Coinbase, Kraken, BlackRock e Franklin Templeton, também estão explorando tokenização.
A volatilidade regulatória e os alertas das próprias startups participantes mostram que ainda há muita incerteza.

Reflexões estratégicas para líderes
Inovação com responsabilidade: tokenização oferece possibilidades inéditas, mas carece de regulamentação robusta.
Educação do investidor: é essencial deixar claro que os tokens não equivalem a ações, evitando expectativas equivocadas.
Alinhamento com valores de mercado: transparência, governança e ética devem guiar a adoção de novas tecnologias.

Este movimento da Robinhood representa um ponto de inflexão para o futuro dos investimentos: um convite para repensar modelos tradicionais, mas também um alerta sobre os limites da inovação sem governança e clareza legal. Especialmente para líderes, empreendedores e investidores, é hora de pensar estrategicamente como navegar nessa nova fronteira – com ambição, prudência e educação.

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